domingo, 31 de agosto de 2008

Ensino em casa é aprovado

> Estado de Minas, 28/08/2008 - Belo Horizonte MG

Daniel Antunes


Representantes da Superintendência Regional de Ensino de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, protocolaram ontem, no fórum de Timóteo, o resultado das avaliações feitas pelos irmãos Davi e Jonatas de Andrade Nunes Amorim, de 15 e 14 anos. As provas são resultado da sentença de processo criminal a que os pais dos estudantes, Cleber de Andrade Nunes e Bernadeth Nunes, respondem por "abandono intelectual". Há dois anos e meio, eles retiraram os filhos da escola, alegando que o ensino oferecido pelo estado era de má qualidade e o ambiente escolar era imoral. O resultado das avaliações foi considerado satisfatório pelos pais dos adolescentes. Davi alcançou
68% na média geral, enquanto Jonatas obteve 65%. As provas foram referentes a 5ª, 6ª e 7ª séries do ensino fundamental, envolvendo questões de matemática, geografia, ciências, história, português, inglês, artes e educação. Nos critérios de avaliação do ensino estadual, os adolescentes estariam aprovados, segundo a superintendente regional de ensino Marília Mendes Louzada Melo. "No estado, com o nível acima de 60% o aluno tem condições de avançar na escolaridade", explicou. Os pais disseram que vão aguardar a manifestação judicial. Cleber lembrou que, apesar do pouco tempo de preparação para as provas determinadas pela Justiça, os filhos mostraram que estão no
mesmo nível dos estudantes da mesma idade. De acordo com ele, Davi e Jonatas tiveram menos de um mês para estudar todo o conteúdo exigido. A princípio, as provas seriam apenas com questões de história, geografia, matemática e ciências. Uma semana antes das avaliações, a família foi surpreendida com a visita de um oficial de Justiça, anunciando que seriam exigidas mais quatro matérias: português, inglês, artes e educação física. No início de 2006, Cleber retirou os filhos da escola, alegando que o ensino oferecido era de má qualidade. Um ano depois, o casal foi denunciado ao Conselho Tutelar por um casal da cidade.

Evasão e repetência atingem 50% dos alunos no ensino médio

Folha Dirigida, 28/08/2008 - Rio de Janeiro RJ


Ao mesmo tempo em que o Brasil comemora a quase universalização do acesso à primeira série do ensino fundamental, vê todo este esforço de inclusão cair por terra nos três últimos anos da educação básica. Estudos do Ministério da Educação mostram que dos 3,6 milhões de estudantes que ingressam neste segmento a cada ano, metade abandona a escola ao longo das três séries. A informação vem do coordenador de ensino médio da Secretaria de Educação Básica, Carlos Arxetes Simões, em palestra na última quarta, 27, na Fundação Getúlio Vargas. O dado, segundo ele, não considera só a taxa de evasão, mas também a de repetência. "Muitos passam de ano sem saber. Só o cálculo da evasão não mostra a realidade", salientou o coordenador. Em cerca de
uma hora de palestra, Arxetes falou dos principais problemas do ensino médio no país, entre eles, a falta de professores, principalmente nas matérias da área de Exatas (Física, Química, Matemática) e de disciplinas como Filosofia. O país possui, hoje, 1 milhão de matrículas de professores que podem atuar do 6º ano do fundamental até o 3º do ensino médio. O total é até maior os 750 mil que o país precisa para atender a demanda. O problema é que só 400 mil destes professores são licenciados. Portanto, na realidade, faltam 250 mil com formação para dar aulas. "Em Física, nos últimos dez anos, foram 18 mil licenciados, dos quais só 6 mil foram trabalhar nas salas de aula. Hoje, há uma necessidade de 60 mil. Matérias como Química e Filosofia não estão muito longe desta realidade."

O coordenador também trouxe boas notícias.

O número de matrículas de jovens de 15 a 17 anos no ensino médio saltou de 4,7 milhões para 6 milhões, crescimento acima da expectativa. Ele destacou ainda que o MEC quer ampliar para 10% o número de vagas federais (hoje, esta participação não chega a 1%) e fortalecer o regime de colaboração com estados e municípios. Na abertura do encontro, o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen, disse que a falta de investimentos em Educação ao longo das últimas décadas compromete a competitividade econômica do país, no curto prazo. "O sistema educacional ainda não tem muito claras suas metas de qualidade, quantidade, o que ensinar, entre outros pontos", destacou o presidente da FGV.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Encontro do Fórum de Pedagogos - Forumped-RJ

AOS PARTICIPANTES DO FÓRUM DE PEDAGOGOS

Informamos que o 15º Encontro acontecerá em São Gonçalo, na terça-feira, dia 02 de setembro de 2008, das 13h às 17h, no auditório da Faculdade de Formação de Professores da UERJ - São Gonçalo, localizada no bairro Paraíso.

Esperamos a presença de pedagogos, estudantes de pedagogia, professores formadores de pedagogos e interessados em geral, pertencentes a todos os municípios do Estado do Rio de Janeiro.

No encontro discutiremos o tema "SER PEDAGOGO É SER PROFESSOR? Um confronto entre a prática cotidiana e as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Pedagogia no Brasil." A abordagem desse tema se insere no contexto de uma discussão mais abrangente sobre quem forma e como forma o pedagogo em contraposição à realidade de quem atua e como atua como pedagogo. Nosso objetivo é produzir, até o final deste ano, um documento que formalize a posição do Fórum acerca de quem é o pedagogo e perspectivas para a sua formação e atuação, a ser divulgado junto às entidades formadoras e aos diferentes campos de atuação. Para tanto, a participação de todos é condição para o debate e para a afirmação de posições.

Esclarecemos que será fornecido certificado de participação com registro de 4 horas de atividades. Esclarecemos, ainda, que não há necessidade de inscrição prévia.

Pedimos que repassem este e-mail e divulguem o Fórum nos seus locais de trabalho e/ou estudo.

Em anexo, encaminhamos cartaz de divulgação.

Um forte abraço para todos!

Comitê Gestor do Fórum de Pedagogos
22/08/2008

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Câmara aprova nova regulamentação do estágio profissional

Câmara - 13/08/2008 21h30


O Plenário aprovou nesta quarta-feira o Projeto de Lei 2419/07, do Senado, que regulamenta o estágio profissional, estipulando direitos e deveres das empresas e dos estudantes. Entre as principais mudanças está o direito a férias e a auxílio-transporte para os estagiários. A proposta segue agora para a Presidência da República, para sanção. O auxílio-transporte passa a ser compulsório e será concedido juntamente com a bolsa ou outra contraprestação que venha a ser acordada, que também é obrigatória. No caso das férias, elas serão concedidas sempre que estágio tiver duração igual ou superior a 1 ano. Com 30 dias de duração, elas deverão preferencialmente coincidir com as férias escolares do estagiário.

Jornada

A jornada de atividades será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte que oferece o estágio e o estudante. O projeto estabelece dois limites diferentes.Para os alunos da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, o estágio não poderá ultrapassar 4 horas diárias e 20 horas semanais. No caso do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular, o limite máximo será de 6 horas diárias e 30 semanais. O estágio na mesma empresa ou instituição não poderá durar mais de dois anos.Pelo texto aprovado, o estágio poderá ser obrigatório (quando a sua carga horária for requisito para aprovação e obtenção de diploma); ou opcional, dependendo do projeto pedagógico do curso.

Definição

O estágio é definido pelo projeto como um ato educativo supervisionado, em ambiente de trabalho, com o objetivo de preparar para a profissão pessoas que estejam freqüentando o ensino regular.Poderão ser estagiários os universitários e os alunos de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental (na modalidade profissional da educação de jovens e adultos).

Vínculo trabalhista

Em qualquer situação, obrigatório ou opcional, o estágio não criará vínculo empregatício, desde que sejam observadas as regras previstas no termo de compromisso assinado entre o aluno, a empresa ou entidade que ofereça o estágio e o estabelecimento de ensino. Se as regras forem desobedecidas pela empresa, ficará caracterizado esse vínculo para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.As atividades de extensão, de monitoria e de iniciação científica na educação superior só poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso.Poderão oferecer estágios as empresas privadas e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Também estarão aptos a receber estagiários os profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional.


Reportagem - Eduardo PiovesanEdição - Paulo Cesar Santos

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

MEC divulga programa do Enade 2008

> Portal G1, 11/08/2008

Confira o que será abordado na prova deste ano.
O exame terá 4h de duração e avaliará a formação geral e específica dos candidatos


O Ministério da Educação (MEC) publicou nesta segunda-feira (11) no Diário Oficial da União o conteúdo programático que será avaliado no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2008. Confira aqui a portaria - Neste ano serão avaliadas as áreas de arquitetura e urbanismo, biologia, ciências sociais, computação, engenharia, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, pedagogia e química e os cursos superiores de tecnologia em construção de edifícios, alimentos, automação industrial, gestão da produção industrial, manutenção industrial, processos químicos, fabricação mecânica, análise e desenvolvimento de sistemas, redes de computadores e saneamento ambiental. O exame terá 4 horas de duração e cobrará conteúdos da formação geral em todas as áreas um componente específico em biologia. No componente de formação geral será considerada a formação de um profissional ético, competente e comprometido com a sociedade em que vive, diz o documento publicado nessa segunda. Além das habilidades e competências na profissão, os estudantes deverão mostrar a
compreensão sobre temas que extrapolam sua área exclusiva de atuação. Essa compreensão vincula-se a perspectivas críticas, integradoras e à construção de sínteses contextualizadas, afirmam as orientações do exame. Ao todo serão abordados 20 temas de formação geral: 1 - sociodiversidade: multiculturalismo, tolerância e inclusão; 2 - exclusão e minorias; 3 - biodiversidade; 4 - ecologia; 5 - mapas sócio e geopolítico; 6 – globalização; 7 - arte, cultura e filosofia;8 - políticas públicas: educação, habitação, saneamento, saúde, segurança e desenvolvimento sustentável; 9 - redes sociais e responsabilidade: setor público, privado, terceiro setor; 10 - relações interpessoais (respeitar, cuidar, considerar e conviver); 11 - vida urbana e rural; 12 - inclusão/exclusão digital; 13 - democracia e cidadania; 14 - violência; 15 - terrorismo; 16 - avanços tecnológicos; 17 - relações de trabalho; 18 - tecnociência; 19 - propriedade intelectual; 20 - diferentes mídias e tratamento da informação. O componente específico da área de biologia, terá por objetivos: avaliar a aprendizagem e o desempenho dos estudantes em
relação aos conteúdos programáticos, competências e habilidades e o perfil profissional. Sobre o Enade - A prova do Enade é a mesma para ingressantes e concluintes da mesma área e conta com 40 questões de múltipla escolha e dissertativas, 30 específicas do curso e dez de formação geral. Com base no desempenho dos estudantes, os cursos receberão conceitos de 1 a 5. O exame é obrigatório para os alunos selecionados por amostragem pelo Inep. Caso o aluno escolhido pelo Inep não faça a prova, ele perderá o direito de receber o diploma de conclusão de curso. A prova faz parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e visa avaliar a qualidade do cursos de graduação mediante o desempenho dos estudantes. Também compõem o Sinaes, a Avaliação de Curso e a Avaliação Institucional. Inscrições - Até o dia 31 de agosto as instituições de ensino deverão inscrever os estudantes habilitados a realizar a prova. No dia 26 de setembro o MEC divulgará a lista de quem foi selecionado por amostragem para responder ao exame. As provas serão aplicadas no dia 9 de novembro.

É faculdade, mas parece colégio

> Revista IstoÉ, Edição 2023

Imaturidade emocional e despreparado intelectual dos alunos fazem as universidades se comportarem como escolas

Por CLAUDIA JORDÃO E VERÔNICA MAMBRINI

Alunos chegam atrasados, conversam durante a aula e colam na prova. Educadores, por sua vez, distribuem advertências, expulsam de classe, ligam para os familiares e agendam reuniões de pais e mestres. Há cinco anos, relações nesse nível, envolvendo professores, estudantes e seus respectivos responsáveis, eram exclusividade do ensino médio. Hoje, no entanto, esse é o tom em muitas faculdades privadas Brasil afora. E não é apenas a falta de preparo emocional que leva o clima de colegial para os corredores da faculdade. Os calouros chegam com déficit de aprendizado e várias instituições têm oferecido disciplinas como português, matemática e informática com conteúdo do ensino médio. Situações como essas mostram que a universidade está deixando de trazer consigo a simbologia de rito de passagem da adolescência para a vida adulta e se transformando numa continuação do colégio. "Percebemos que os alunos chegam cada vez mais jovens, imaturos e com problemas de formação básica", atesta a professora Vera Lúcia Stivaletti, pró-reitora de graduação da Universidade Metodista de São Paulo. Com a chegada desse "novo jovem", a educadora adaptou a instituição. Desde 2007 ela recebe pais para visitas guiadas ao campus e oferece aulas de português, matemática, informática e biologia. A resposta tem sido positiva. "Quando minha mãe veio para a reunião, meus colegas disseram que eu deveria ficar com vergonha. Mas eu acho legal", confessa Gabriela Schiovan, 17 anos, aluna de psicologia. Sua
mãe, Sandra, 47, monitora as notas da filha. "É preciso complementar a faculdade", considera. Em instituições como a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, a participação paterna é incentivada antes mesmo do vestibular. Há seis anos ela organiza o "ESPM Experience", um dia voltado para o debate de cursos e mercado de trabalho. "Depois que os alunos são aprovados, organizamos reuniões com os pais e professores", diz Alexandre Gracioso, diretor nacional de graduação da ESPM. Lá e na Fundação Educacional Inaciana, em São Bernardo (SP), os pais são bem-vindos inclusive no dia do vestibular. Enquanto os alunos fazem a prova, eles vivenciam uma "inclusão acadêmica", com visita monitorada, palestras sobre o curso, carreira e mercado de trabalho. "Tentamos mostrar que aqui tratamos o aluno como um futuro profissional", diz Rivana Marino, vice-reitora de Extensão e Atividades Comunitárias. Mas essa participação tem limites. "Muitos pais ligam para saber de notas, mas acho isso prejudicial para os filhos", diz Gracioso, da ESPM. Ao mesmo tempo que lidam com a imaturidade emocional, as universidades enfrentam o problema do despreparo intelectual. Grande parte dos alunos de primeiro ano chega ao ensino superior sem condições de aprender as novas disciplinas. O problema atinge principalmente jovens vindos de escolas públicas que vão para faculdades privadas inauguradas na última década. De 1997 a 2003, o ensino superior privado no País viveu um boom.
Nesse período, o total de novos alunos cresceu 150% - de 392 mil para 1 milhão. Migraram para essas novas instituições jovens que não pontuavam em universidades públicas ou particulares de tradição. A solução foi criar, em caráter obrigatório e extracurricular, aulas com conteúdo de ensino médio. Na prática, transferiu-se para o curso superior o problema da péssima formação do aluno. A Faculdade Alfacastelo, em São Paulo, abriu as portas em 2000 e há três anos dá aulas de nivelamento, como é chamado esse reforço. Durante o primeiro ano, os calouros chegam 50 minutos antes para aprender gramática, interpretação de texto e matemática. "Vejo problemas básicos, como alunos que não sabem regra de três", diz Celso Britto, diretor institucional. O Centro Universitário Celso Lisboa, no Rio, também investe no resgate de disciplinas do ensino médio. Segundo Bruno Corrêa, coordenador de vestibular, as aulas, que ocorrem desde o início de 2007, reduziram o índice de trancamento dos cursos. "As desistências atingiam 30% das matrículas do primeiro para o segundo período", conta. O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Ronaldo Mota, reconhece a má qualidade do ensino no País e apóia essas iniciativas. "Sei de casos em que o déficit de ensino foi superado", afirma. Vale lembrar: oferecer aulas de nivelamento (ou adaptação pedagógica) conta pontos para as instituições que as oferecem em avaliações do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Universidades apresentam propostas para cursos de licenciatura

> Portal Terra Educação, 11/08/2008


Todas as regiões do país, especialmente o Nordeste, manifestaram ao Ministério da Educação interesse em abrir cursos de licenciaturas em educação do campo
Das 24 propostas apresentadas por instituições de ensino superior públicas - federais, estaduais e municipais -, 13 são da região Nordeste, justamente onde há maior carência de professores capacitados para trabalhar nas escolas rurais. O Norte é segunda região que mais precisa de professores do campo. Dos planos de trabalho inscritos na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), 13 são de instituições federais de ensino superior e 11 são estaduais e municipais. Em Pernambuco, por exemplo, a Associação das Instituições de Ensino Superior do Estado (Assiespe) reuniu cinco autarquias que trabalham com educação superior e apresentou um projeto coletivo que prevê a oferta de cursos em Arco Verde, Araripe, Belo Jardim, Salgueiro e Serra Talhada. Os 24 projetos inscritos passam agora por análise e seleção na Secad. Pelo Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo), o Ministério da Educação vai repassar às instituições selecionadas R$ 4 mil por aluno por ano, durante quatro anos. Os recursos poderão ser utilizados de diversas formas, entre elas, para hospedagem e alimentação dos estudantes, criação de acervos bibliográficos específicos, custeio de despesas dos tutores. A oferta das licenciaturas em educação do campo deve ter como base o projeto piloto que está sendo testado pelas universidades federais de Brasília (UnB), Minas Gerais (UFMG), Bahia (UFBA) e Sergipe (UFSE), pioneiras nesse tipo de formação. O modelo básico do curso - tempo de duração, currículo e regime de alternância - deve ser seguido pelas universidades que vão participar da expansão da educação do campo. O curso será de quatro anos, desenvolvido em oito etapas semestrais.
A formação se alterna em etapas presenciais denominadas Tempo-Escola, que acontece em regime intensivo, num período que varia de 40 a 60 dias por semestre, e fases em que os alunos aplicam a teoria à prática, desenvolvem pesquisas ou mobilizam a comunidade onde residem e trabalham, que são chamadas Tempo-Comunidade. A licenciatura em educação do campo articula conhecimentos teóricos e prática. Concorrentes - -Da região Norte participam do processo de seleção
as universidades federais de Rondônia (UFRO) e do Amapá (UFAP) e o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Pará. -Na região Sudeste, as universidades federais do Espírito Santo (UFES) e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM/MG) e a Universidade Estadual de Montes Claros (MG) participam do processo. -Na região Sul, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e as universidades estaduais do Centro-Oeste e do Oeste do Paraná, do Centro-Oeste, a Universidade de Brasília (UnB) -Da região Nordeste, as universidades federais de Alagoas (UFAL), Maranhão (UFMA), Piauí (UFPI), Paraíba (UFPB), Rural do Semi-Árido (Ufersa/RN), do Vale do São Francisco (Univasf/PE); as estaduais de Pernambuco (UPE), do Ceará (UCE), de Alagoas (UEAL), da Bahia (Uneb), Regional do Cariri (CE) Pernambuco apresentou três propostas de instituições municipais, sendo dois consórcios: a do Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco; a da autarquia de Afogados da Ingazeira, em parceria com a Faculdade de Formação de Professores de Afogados da Ingazeira, e a da Assiespe, que reúne cinco instituições municipais.

domingo, 10 de agosto de 2008

Rio, 3º pior no Ensino Superior

Só Alagoas e Distrito Federal concentram mais cursos com notas mínimas no exame do MEC

O Dia Online

08/08/2008 01:53:00

Maria Luisa Barros


Rio - O Estado do Rio teve a terceira pior avaliação no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em todo o País. O Rio ficou atrás somente de Alagoas e do Distrito Federal, entre os estados com o maior número de instituições com notas 1 e 2 no Conceito Enade. O resultado nas áreas de saúde, agrárias e serviço social leva em consideração apenas o desempenho do provão aplicado, em novembro, a 190 mil estudantes. Dos 240 cursos de Ensino Superior avaliados pelo Ministério da Educação (MEC) no Rio de Janeiro, 76 (31,7%) obtiveram notas 1 e 2 em uma escala de 1 a 5. No ranking nacional das instituições com as melhores faculdades e universidades, a posição do Rio cai 11 posições. O estado ocupa o 14º lugar na lista com maior percentual de cursos com notas máximas. Do total, só 39 cursos (16,3%) obtiveram conceitos 4 e 5, desempenho inferior ao Acre, Ceará, Piauí e Amazonas. São Paulo ficou em 18º lugar. O Rio Grande do Sul é o estado com mais cursos com as notas máximas. O exame avaliou faculdades das áreas de Agronomia, Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Serviço Social, Tecnologia de Radiologia, Tecnologia em Agroindústria, Terapia Ocupacional e Zootecnia.Cursos com conceito preliminar 1 e 2 foram reprovados pelo MEC. Os que tiraram 3 atenderam os requisitos para funcionamento. Já os que levaram nota máxima (4 e 5) são considerados referência nacional, como é o caso da UFRJ, Uerj e Uenf. O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que, com base nos novos indicadores, a fiscalização dos cursos será mais rígida. O próximo passo será enviar comissão de especialistas às instituições com pior resultado. As vistorias técnicas devem começar em um mês, segundo o ministério. Elas vão verificar se as condições das escolas diferem da mostrada pelos indicadores. Caso o conceito continue baixo, será aberto processo para analisar fechamento do curso.

Nas públicas, maioria pagou Ensino Médio

Pela primeira vez, participantes do Enade avaliaram as condições das instituições e a qualificação de seus mestres. De acordo com questionário socioeconômico, a maioria dos estudantes das universidades e faculdades particulares precisa trabalhar para ajudar no sustento da família. Já nas públicas, a maior parte tem o suporte dos pais para estudar. Outro dado que chama a atenção é a escolha do material pedagógico usado em sala de aula. Enquanto nas públicas os professores utilizam livros e manuais, nas instituições privadas é mais comum o uso de apostilas e resumos. Também é grande o número de alunos nas universidades públicas que faz uso da Internet nos trabalhos e pesquisas. Entre os das particulares, a principal fonte de consulta são as bibliotecas da própria instituição.Confirmando uma tendência, o estudo revela que, embora as públicas tenham só 22% dos universitários, 43% deles fizeram todo o Ensino Médio em colégios particulares. As instituições privadas de ensino superior recebem 78% dos jovens — 48% de escolas públicas.

CINCO CURSOS DE MEDICINA NA MIRA DO MECUm em cada quatro médicos no Estado do

Rio se forma todos os anos em instituições que não têm condições de funcionar com qualidade. Dos 14 cursos de Medicina em faculdades fluminenses, cinco tiraram 1 e 2, no novo conceito criado pelo MEC (Conceito Preliminar de Curso). São os da Universidade Gama Filho; da Universidade Iguaçu (Itaperuna e Nova Iguaçu); Universidade Severino Sombra, em Vassouras; Centro Universitário de Serra dos Órgãos, e Centro Universitário de Volta Redonda. Todos eles estão na mira do Ministério da Educação. Em todo o País, 27 dos 153 cursos de Medicina foram reprovados. Apenas quatro obtiveram a nota 5, entre eles o da UFRJ.O superconceito, como vem sendo chamado, avalia o desempenho dos alunos no Enade, titulação dos professores e instalações das faculdades, como bibliotecas e laboratórios. A Gama Filho informou que vai intensificar o ensino da disciplina Saúde Coletiva em todos os cursos de Saúde. O novo conteúdo programático terá mais atividades relacionadas à assistência à comunidade e à promoção em saúde.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Debatedores pedem a candidatos compromisso com educação

Aconteceu - 05/08/2008 18h31

Edson Santos

O documento aprovado hoje no seminário será enviado aos candidatos às eleições municipais.
Integrantes da Comissão de Educação e Cultura e representantes de entidades ligadas à educação aprovaram, nesta terça-feira, a Declaração sobre Ética e Responsabilidade na Educação, com uma série de orientações para melhorar a qualidade e a gestão do ensino público. O documento, que será enviado aos candidatos às eleições municipais, recomenda que a educação básica seja guiada por critérios de relevância, probidade, ética e qualidade; e ressalta a importância da aprovação de uma Lei de Responsabilidade Educacional. Entre outras medidas, a lei definiria responsabilidades e penalidades para os gestores que não cumprirem metas previamente estabelecidas. Nesse sentido, tramita na Câmara o Projeto de Lei 7420/06, da deputada Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO), que estabelece critérios para a promoção da qualidade do ensino básico. Para a deputada, autora do requerimento de realização do seminário desta terça, o foco de todas as políticas públicas deve estar no professor. "Nenhum sistema educacional tem mais qualidade do que a qualidade de seus professores", afirmou. Na avaliação da parlamentar, não se trata apenas de dar melhores condições de trabalho, mas de exigir do professor - e dos outros integrantes do sistema - comportamento moral exemplar. Raquel Teixeira considera ainda que a aplicação de penalidades deve ser acompanhada da restauração dos direitos das pessoas prejudicadas, como as crianças que crescem sem alfabetização.O seminário foi realizado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e com o movimento Todos pela Educação. PenalidadesDa Proclamação da República, em 1889, até hoje, mais de 60 milhões de pessoas morreram no Brasil sem serem alfabetizadas, segundo destacou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que também apoiou a criação da Lei de Responsabilidade Educacional para melhorar a qualidade do ensino. Ele defendeu o estabelecimento de metas nacionais de proficiência para serem aplicadas nas escolas - sob pena de inelegibilidade dos gestores que não as cumprirem -, mas disse que há dificuldades políticas para enfrentar o problema, pois a educação não seria um tema prioritário no País. "A lentidão dos avanços nessa área é imoral; comemorar alguns avanços é indecente, de tão modestos que eles são", acrescentou.O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o tema é "um desdobramento natural" das ações desenvolvidas pelo ministério, como o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Haddad informou que todos os estados e municípios já aderiram às diretrizes previstas. Por isso, segundo ele, os indicadores educacionais melhoraram nos últimos levantamentos do ministério. Entre os municípios prioritários [aqueles de menor desenvolvimento social], 91,5% cumpriram as metas do PDE em patamares superiores à média nacional, o que reduziu ligeiramente as diferenças regionais, afirmou o ministro. "É possível acelerar o processo, mas desconheço um país que tenha dado um salto de qualidade em menos de 15 anos."Fernando Haddad disse ainda que o governo desenvolveu a minuta de um projeto para estabelecer responsabilidades na área. Segundo ele, porém, os termos alcançados tornaram-se "polêmicos" diante das dificuldades para definir as atribuições de cada ente federativo. O texto foi elaborado pelo Ministério da Educação e pela Secretaria para Assuntos Estratégicos.

sábado, 2 de agosto de 2008

Faltam professores de filosofia e sociologia, diz diretor da Capes

27/07/2008 - 17h45
da Agência Brasilda Folha Online



O diretor de educação básica do Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior), Dilvo Ristoff, diz temer que a ausência de professores capacitados para lecionar filosofia e sociologia inviabilize o cumprimento da lei sancionada em junho passado que prevê a inclusão das duas disciplinas no currículo de escolas de ensino médio do país.
De acordo com um estudo feito pela Capes, o Brasil tem, atualmente, 31.118 profissionais atuando como professores de filosofia, sendo que, desse total, apenas 23% têm formação específica. Na sociologia, são 20.339 professores atuantes, sendo 2.499 licenciados (12%).
"Agora teremos que incluir a filosofia e a sociologia no nosso plano emergencial. Estamos, inclusive, revendo os planos orçamentários para 2009. Vamos ter que chamar todas aquelas pessoas que têm uma formação correlata como história, ciência política e a sociologia pura, sem a licenciatura, para atender a lei", diz o diretor.
Ristoff estima que o número de professores de filosofia e sociologia formados por ano deve aumentar 20 vezes, para atender a demanda. No total, serão necessários 107.680 docentes de cada disciplina e, atualmente, formam-se, por ano, 2.884 docentes de filosofia e 3.018 de sociologia.
"Se a gente levar em conta que 50% dos que se formam tendem a exercer outras profissões, a gente chega ao dramático número de 40 vezes mais graduados por ano."
Pela lei, a filosofia e a sociologia deverão passar a integrar os currículos dos três anos do ensino médio em escolas das redes pública e particular --são 24.131 estabelecimentos de ensino médio, no total.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Lula critica "letrados" que não investiram em políticas de alfabetização

Folha Online, 29/07/2008 - São Paulo SP


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condicionou nesta terça-feira a ausência de políticas de alfabetização no Brasil ao um "jeito de ver o país". Para Lula, isso deu-se por negligência de governantes anteriores que não teriam investido na erradicação do problema no país. "Um grande país que há muito tempo já poderia ter sido construído não fosse a falta de visão de muitos dos nossos governantes", disse Lula durante discurso da cerimônia de formatura de alunos do programa "Todos pela alfabetização", em Salvador (BA). "Tudo isso
poderia ter sido resolvido há 40 anos, 50 anos, 60 anos... Afinal de contas esse país foi governado por muita gente letrada. O primeiro que não tem diploma universitário sou eu. Todos foram doutores que governaram esse país. Em uma demonstração de que não era ignorância não, era o jeito de ver o país: 'Tem uma parte da sociedade que não sabe ler mesmo, então deixa para lá'", afirmou Lula. Lula disse ainda que a ações limitavam-se às crianças. "Para quê alfabetizar adultos? Vamos tentar alfabetizar só as crianças". Como
se as pessoas que não tiveram oportunidade e estão com vinte, trinta, quarenta anos fossem obrigadas a ficar segregadas na ignorância porque o estado achava que elas não tinham mais jeito." O presidente afirmou ainda que encontrou funcionários analfabetos tanto no Palácio do Planalto e como na Granja do Torto, quando assumiu a Presidência. O programa "Todos pela alfabetização" conta recursos do Ministério da Educação e do governo da Bahia. Concentra-se em jovens a partir de 15 anos, adultos e idosos.