domingo, 8 de fevereiro de 2009

Escolas públicas enfrentam falta de alunos

Publicada em 06/02/2009 às 21h12m
Agência Brasil

BRASÍLIA - No início de mais um ano letivo, enquanto a população de alguns municípios sofre com a falta de vagas na rede pública, em outras partes do país o fenômeno é o contrário, as escolas enfretam a falta de vagas. (Veja também: RJ: rede estadual de ensino tem 70 mil vagas).
As explicações vão desde mudanças no perfil das populações até a migração de alunos da classe média para a rede particular de ensino. Colégios do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul são exemplos dessa mudança.
No primeiro semestre de 2008, foram fechadas 105 unidades de ensino no Rio Grande do Sul. Para a secretária de educação do estado, Mariza Abreu, a explicação para o problema é demográfica. Segundo ela, a população do estado está envelhecendo, a taxa de natalidade caindo e por consequência há um decréscimo nas matrículas.
Nas escolas gaúchas em que a procura por matrículas é muito baixa, o restante dos estudantes são remanejados para unidades próximas. De acordo com a secretária, o prédio das escolas desativadas são utilizados para "outras ações públicas" ou devolvidas para as prefeituras.
No Distrito Federal, são as escolas do Plano Piloto que ficaram esvaziadas. Localizadas em bairros de classe média da capital, esses colégios costumam obter os melhores resultados em avaliações educacionais, mas não atraem a comunidade. Já na periferia de Brasília, o governo está construindo mais escolas para conseguir atender toda a demanda. Enquanto nas cidades satélites muitas mães esperam na fila para conseguir vagas para os filhos, no Jardim de Infância da 108 Sul a diretora Francineide Coelho mandou pendurar faixas na vizinhança avisando da disponibilidade para receber mais alunos. A escola que conta com piscina, parquinho, amplas salas de aula e refeitório tem apenas 55 crianças matriculadas, um quarto de sua capacidade.
Para a professora da Universidade de Brasília (UnB) Regina Vinhais Gracindo, também membro do Conselho Nacional da Educação (CNE), o esvaziamento das escolas públicas é resultado do processo de "privatização" que o país viveu na década de 90. A educadora defende que o governo precisa incentivar a população a procurar o ensino público e investir, especialmente, na melhoria da qualidade da educação.

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