segunda-feira, 6 de julho de 2009

Abertas inscrições para 54 mil vagas

Estado de Minas, 01/07/2009 - Belo Horizonte MG
Docentes sem formação superior ou licenciatura já podem se candidatar a cursos em universidades federais e estaduais Brasília – O Ministério da Educação (MEC) abriu ontem inscrições para as primeiras 54 mil vagas gratuitas de licenciatura destinadas a professores da rede pública de educação básica. Por meio de um sistema na internet, docentes sem formação superior ou graduados sem licenciatura podem se candidatar a cursos em universidades federais e estaduais sem custo e sem passar por vestibular. Os professores de São Paulo, no entanto, não poderão, pelo menos por enquanto, ter acesso: o estado é um dos únicos quatro que não entraram no sistema e aquele que está com a negociação mais atrasada com o MEC.
O sistema, batizado de Plataforma Paulo Freire, em homenagem ao educador de mesmo nome, permitirá que o professor sem formação adequada para dar aulas se inscreva, pela internet, em até três cursos e instituições diferentes em seu estado. Depois da inscrição feita, a secretaria municipal e a estadual de educação terão que validar a candidatura do professor. “Esperamos que a inscrição ocorra a partir de um planejamento feito pelas secretarias de acordo com o plano local de desenvolvimento da educação. Daí a necessidade de a secretaria aprovar a escolha do professor”, explicou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Até 2011, o Plano Nacional de Formação de Professores oferecerá 331 mil vagas. O ministro Fernando Haddad disse que o projeto vai impactar na qualidade da educação pública. “Nosso objetivo é garantir o direito de que todo professor atuante possa se formar porque isso vai refletir, evidentemente, na qualidade do ensino oferecido em sala de aula”, disse. Ele também garantiu que até 2011 todos os professores terão acesso aos cursos de formação. “Em um primeiro momento, se a demanda for maior que a oferta, as universidades serão responsáveis por selecionar os candidatos, o que pode ocorrer até mesmo por sorteio.”
Para participar, o professor precisa acessar a plataforma e fazer um cadastro no qual incluirá um pequeno currículo com informações sobre sua formação e experiência profissional. Após essa etapa, o interessado deve consultar a oferta de graduações e fazer sua pré-inscrição para aquela que deseja cursar. Os docentes podem se candidatar para até três cursos. Distrito Federal, Acre e Rondônia têm interesse apenas na formação continuada para seus professores. Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que não haviam feito a adesão na primeira fase, já estão levantando as demandas para elaboração dos planos com as universidades. Os 21 estados restantes já vão oferecer as vagas a partir do próximo semestre. A responsabilidade pela formação será de uma rede de instituições públicas que inclui universidades federais e estaduais e institutos federais de educação tecnológica.
Mudança no ensino médio - O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou, por unanimidade, a mudança na estrutura do ensino médio. As novas diretrizes preveem uma ampliação da carga horária das atuais 2.400 horas para 3 mil horas por ano, um currículo organizado em torno de quatro eixos (trabalho, ciência, tecnologia e cultura) e com 20% de horas-aula dedicadas a disciplinas livres, que podem ir desde aulas extras de matemática ou português até teatro, música, artes ou esportes. As mudanças, no entanto, não valem imediatamente para todos. No início, cerca de 100 escolas em todo o país deverão ser beneficiadas com novos projetos e recursos para implementá-los. “O MEC deverá abrir, ainda no segundo semestre deste ano, um edital para novos projetos dentro dessa proposta de ensino médio inovador. Já temos no orçamento entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões para ajudar os estados nessa mudança”, disse Haddad. O MEC não tem o poder de definir a estrutura do ensino médio, uma atribuição dos estados.

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