terça-feira, 10 de março de 2009

Acorrentado por educação Pai de alunas sem aula faz protesto inusitado na Baixada e passa horas preso a cerca de escola

10/03/2009 01:21:00 O DIA
Bruno Cunha

Rio - O pai de duas alunas se acorrentou ontem à cerca da Escola Municipal Pêra Flor, em Prados Verdes, Nova Iguaçu, em protesto contra o atraso de quase três anos na reforma da unidade. Ele ameaçou ficar preso à cerca até o reinício das aulas, mas foi aconselhado e se soltou cerca de seis horas depois. Outros cerca de 50 responsáveis por estudantes protestaram com cartazes e faixas contra a falta de aulas para os 800 alunos matriculados no colégio, mas que não têm lugar para estudar.
Segundo a Secretaria de Educação, a obra estava prevista para ser entregue em um ano e atrasou porque houve mudança de empreiteira. Segundo o chefe de gabinete do órgão, Emanoel Campos Filho, os serviços prestados pela primeira empresa contratada não estava sendo feito de acordo com o cronograma. Além da reforma geral, a unidade recebeu dois anexos.
De acordo com ele, a secretaria está negociando com o Estado a ocupação temporária de salas do Ciep Benedito Laranjeiras, no mesmo bairro. Durante um período, parte dos alunos chegou a estudar em um prédio emprestado do Instituto Rosa de Sarom, uma escola particular. Mas o contrato foi anulado devido às más condições do colégio. Em janeiro, o teto dos banheiros chegou a desabar. De acordo com a secretaria, a Escola Pêra Flor será entregue em um mês e as aulas recomeçarão.

ALERTA
Pai de Kelly, 9 anos, e Vitória, 6, Pedro Luís Santos da Silva, 46 anos, ficou acorrentado à cerca para alertar autoridades sobre o problemas dos alunos. Ele, que mora com a mulher e uma filha de 21 anos, trabalha como conferente de carga de caminhão: “Amo minhas filhas e exijo que estejam preparadas. Temos renda de R$ 1,5 mil por mês e não posso colocá-las em escola particular. Educação de qualidade é obrigação do governo”.A cozinheira Maria Aparecida Barbosa, 42, é mãe de três filhos e está sem emprego há três anos. Mesmo com obra, segundo ela, dois continuaram estudando na Pêra Flor e outro foi para uma escola particular. “Não tenho com quem deixá-los”, disse.



Pulgas em escola de São Gonçalo


Além da estrutura precária e a falta de professores, alunos da Escola Municipal Luiz Gonzaga, em São Gonçalo, estão convivendo com um novo problema: as pulgas invadiram as dependências do colégio, que funciona há cerca de três anos em um posto de saúde desativado. Devido ao ataque dos parasitas, estudantes e funcionários voltaram para casa mais cedo ontem.Para piorar a situação de quem freqüenta a escola, as pulgas atacaram muitas pessoas que passaram pelo local ontem. Alguns ficaram até com alergia depois de levar a picada.“Algumas pessoas foram picadas e ficaram com caroços no corpo. Uma das vítimas ficou até com a blusa preta, de tanta pulga. O problema já deve estar sendo resolvido, vamos ver se amanhã tem aula”, afirmou uma funcionária da escola, que não quis se identificar.
Segundo a Secretaria de Educação de São Gonçalo, a vigilância sanitária foi acionada ontem à tarde para dedetizar a escola e encontrar a origem do problema. As aulas no colégio deverão ser reiniciadas hoje, depois que o serviço de eliminação da praga foi feito.


SEPE DENUNCIA QUE 15 MIL ALUNOS ESTÃO SEM AULA EM BELFORD ROXO

Cerca de 15 mil dos 47 mil alunos matriculados em Belford Roxo estão sem aulas devido à exoneração de 1.316 professores. A denúncia é do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), que garante que há escolas completamente sem professores e outras onde faltam profissionais de algumas disciplinas. A contratação temporária de professores do 1º ao 5º ano, divulgada sábado no Diário Oficial do município, também não agradou a categoria, que esperava a contratação definitiva através de concurso público. Cerca de 50 profissionais protestaram ontem, às 14h, na porta da prefeitura e fecharam a Avenida Floripes Rocha por 20 minutos. A Guarda Municipal foi acionada para liberar a pista.
Segundo a presidente do Sepe de Belford Roxo, Maria José de Carvalho, há a necessidada de concurso público imediato. “É um absurdo demitir mais de mil pessoas em plena crise”, afirmou.
Uma professora que não quis se identificar disse que vai entrar com ação na Justiça contra a prefeitura. “Minha inscrição foi publicada com o nome de outra pessoa”, afirmou.
A prefeitura informou que 580 contratos foram cancelados, deixando dois mil alunos sem aula. Segundo o órgão, serão contratados 632 profissionais para suprir a carência das escolas.

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